A ideia da realização dessa pesquisa surgiu durante a elaboração do Caderno de Melhores Práticas de Diversidade e Inclusão nas Empresas, publicado pelo IBDEE, quando, através do estudo do tema, percebemos que o movimento para a construção de empresas mais plurais e inclusivas estava se tornando cada vez mais uma realidade.
Estudos comprovam que a diversidade nas empresas melhora o desempenho financeiro2 e que investidores e clientes têm dado cada vez mais atenção ao tema3, tornando a inclusão da diversidade nas empresas uma pauta social e econômica. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu no final do ano de 2020 uma consulta pública para incluir em seu formulário de referência a empresas de capital aberto questões voltadas à diversidade e promoção de atividades de ESG (sigla em inglês para “environmental, social and governance”)4. No mesmo ano, o IBGC lançou a “Agenda Positiva de Governança”5, programa apoiado por diversas instituições e empresas, inclusive o IBDEE, que visa incentivar as atividades de ESG através da apresentação de medidas práticas de governança.
O universo corporativo vem demonstrando maior zelo com o assunto, incluindo em sua estratégia de negócios programas de DE&I (sigla em inglês para “Diversity, Equity and Inclusion”)6, o que tem trazido resultados interessantes, como por exemplo a maior representatividade de mulheres em cargos de liderança nas grandes empresas7.
Porém, a falta de dados públicos nos leva a questionar até que ponto as políticas de DE&I estão influenciando na composição dos órgãos de governança das empresas. Encontramos poucos relatórios que tratassem sobre diversidade e inclusão, principalmente quando considerados os pilares de gênero, étnico/racial, orientação sexual LGBTQIA+, PcDs (pessoas com deficiência) e geracional (pessoas menores de 50 anos).
Com o intuito de trazer dados para a discussão sobre políticas de DE&I e a real representatividade desses grupos minorizados nos conselhos das organizações brasileiras, o IBDEE, por intermédio da sua Comissão de Ética, Diversidade e Igualdade, coordenada por Gabriela Blanchet, realizou pesquisa empírica sobre diversidade nos conselhos de administração e consultivos nas empresas brasileiras.
Com as evidências encontradas nesta 1ª edição da pesquisa empírica sobre diversidade nos conselhos, temos a expectativa de auxiliar as organizações a entenderem o quadro de representatividade de seus conselhos de forma mais clara e como cada pilar de diversidade está sendo representado nos conselhos das organizações brasileiras, inclusive das sociedades de capital fechado, cuja informação não se encontra tão disponível para o mercado.